domingo, 12 de janeiro de 2014


EVANGÉLICOS ANÔNIMOS

I

O líder de sucesso

“Se tudo parece estar indo bem, obviamente você passou por cima de algo.” Steven Wright


No grupo dos Evangélicos Anônimos (EA’s) no qual participávamos, tivemos um “case”, que se apresentou de maneira muito grave, acreditávamos que ele teria poucas chances de voltar a ter uma vida saudável, com uma certa normalidade e mesmo porque sua esposa também era co-dependente, bem como toda a família, pois viviam nababescamente e com o sustento integralmente proveniente de sua igreja, uma grande comunidade independente do oeste do Brasil, e da qual ele era o “apóstolo”.

Quando falamos em “comunidade independente”, estamos nos referindo a uma igreja local, sem vínculo ou ligação formal a uma das grandes denominações existentes, e o caso é esse, uma comunidade ou igreja com mais de mil membros.

Quando este indivíduo procurou o grupo, reunido em pequena sala de uma escola estadual, em uma cidade dormitório na Região Metropolitana denominada Grande São Paulo, estava em uma fase aguda da doença, pois não conseguia nem mesmo deixar de “ir à igreja” para assistir um bom filme em um dos cinemas de sua cidade ou descansar um fim de semana à sós com sua esposa, em uma saudável praia criada pelo Senhor Todo Poderoso, sem que uma pesada carga de dor de consciência e culpa o perturbasse.

Na primeira reunião da qual participou ele negou a existência do problema e conseqüentemente a necessidade de tratamento e cura, isso perdurou por mais algumas reuniões, até que, sem que colocássemos mais peso sobre seus ombros, e mostrando que todos nós já havíamos ultrapassado essas barreiras, ele, finalmente, depois de aproximadamente dezoito meses, conseguiu “faltar” a um “culto” em uma quarta feira, para se divertir um pouco com sua família.

Evidentemente que casos assim graves, implicam em um cuidado especial com o aspecto financeiro, pois o paciente vive e é sustentado em decorrência do seu “trabalho” espiritual.

É de se observar que em razão da necessidade de manutenção de grandes estruturas institucionais temos como conseqüência a venda de know how e pacotes de programas de crescimento de igrejas, que estão cada vez mais sendo aplicados com relativo sucesso, aqui no Brasil. Neste caso o paciente “templodependente” ou “templóratra” havia implantado em sua igreja um destes enlatados programas de crescimento.

No case acima apresentado, o paciente tinha uma postura ética razoavelmente sadia, até mesmo em relação ao trato com o dinheiro e com a busca de poder.

Boa semana a todos e até domingo.





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